Entrevista com Sílvia Araújo, candidata do PS à Junta de Freguesia de Vila Meã
Quais considera serem os principais desafios atuais da freguesia de Vila Meã e como pretende enfrentá-los?
Vila Meã tem vindo a dar passos importantes no seu desenvolvimento. O desafio que se coloca agora é consolidar este caminho e dar o passo seguinte: reforçar a descentralização dos investimentos, garantindo que Real, Oliveira e Ataíde recebem a atenção e os recursos necessários, de igual forma.
Aproximar ainda mais a Junta das pessoas através de serviços modernos e acessíveis e responder de forma rápida e eficaz às necessidades do dia a dia, como a limpeza urbana, o apoio social ou a valorização dos espaços públicos.
A nossa prioridade é continuar este percurso, mas com uma ambição renovada, para que Vila Meã cresça de forma sustentável e seja motivo de orgulho para todos os vilameanenses.
Que medidas concretas propõe para melhorar a qualidade dos serviços prestados pela Junta de Freguesia?
O nosso compromisso é tornar os serviços da Junta mais próximos, eficazes e adaptados às necessidades de cada um. Para isso, queremos reforçar a limpeza urbana com um plano rigoroso e sustentável, que inclua práticas ecológicas e a criação de um espaço fechado junto à ETAR para a recolha de “monstros domésticos”.
Vamos reivindicar, junto da Câmara Municipal, a instalação de um posto de cantoneiros camarários em Vila Meã, medida que permitirá dar respostas mais rápidas e seguras a problemas do dia a dia da população.
Apostamos também na modernização da Junta, dotando-a de um site funcional, onde qualquer cidadão poderá consultar informações, deixar sugestões ou apresentar reclamações de forma acessível. Paralelamente, pretendemos dinamizar as redes sociais, promovendo uma comunicação mais direta e transparente.
Além disso, queremos que a Junta seja um verdadeiro ponto de apoio social, com atendimento personalizado, orientação e ajuda em diferentes áreas da vida das pessoas.
Estas medidas, que juntam proximidade, inovação e sustentabilidade, vão permitir uma Junta mais eficiente, moderna e alinhada com os desafios do futuro.
Como planeia garantir uma gestão transparente e eficiente dos recursos da freguesia?
A transparência é e continuará a ser uma prioridade absoluta. Todos os relatórios de atividades e financeiros são apresentados e devidamente discriminados em Assembleia de Freguesia, espaço público onde a população tem acesso direto à forma como são aplicados os recursos.
O nosso compromisso é reforçar essa prática, tornando a informação ainda mais clara e acessível, e promovendo assembleias abertas e participativas.
Queremos gerir com rigor, aproveitando melhor os recursos existentes, nomeadamente através do reaproveitamento das sedes de Junta, colocando-as ao serviço da comunidade.
Como tenciona reforçar a proximidade da Junta de Freguesia com os cidadãos e aumentar a sua participação nas decisões locais?
A proximidade será reforçada através de reuniões abertas à população em todas as localidades e de uma maior aposta na comunicação digital.
Será também criado um Conselho Consultivo com representantes de associações, escolas e coletividades.
Queremos que os cidadãos não apenas sejam informados, mas também participem nas decisões e sintam que fazem parte ativa do futuro da freguesia.
O que pensa fazer para descentralizar o foco de investimentos em Real? Quais são as ideias e investimentos previstos no seu mandato para Oliveira e para Ataíde?
É natural que Real, por ser a zona mais populosa da freguesia, tenha recebido mais investimentos nos últimos anos.
O desafio que se coloca agora é garantir um maior equilíbrio, reforçando a atenção às localidades de Oliveira e Ataíde.
O nosso compromisso é apostar na requalificação dos espaços públicos, melhorar a rede viária e a iluminação, criar parques de lazer e zonas verdes que promovam o convívio e apoiar de forma consistente as associações e coletividades locais.
Queremos que todas as localidades sejam valorizadas, cada uma com a sua identidade, mas sempre integradas no desenvolvimento global da freguesia.
Que estratégias pretende implementar para apoiar o comércio local e dinamizar a economia da freguesia?
Pretendemos lançar campanhas de incentivo como “Compre em Vila Meã”, dinamizar feiras e mercados que promovam os produtos locais, apoiar o artesanato e criar programas que ajudem os pequenos negócios a modernizarem-se e a divulgarem-se.
O comércio local precisa de apoio concreto e visibilidade para ser um motor da nossa economia.
O que pensa fazer para travar a perda de serviços de interesse em Vila Meã, como foi o caso do balcão dos CTT ou do balcão do Millenium BCP?
É importante esclarecer que, no caso dos CTT, embora o balcão tenha encerrado no edifício original, foi garantida a continuidade do serviço através da papelaria 100 Letras, que assegura praticamente todas as valências necessárias e continua a dar resposta à população. Ou seja, não houve uma perda efetiva do serviço, mas sim uma mudança de localização.
O que nos preocupa é que a freguesia mantenha sempre acesso a serviços de proximidade, e aí estaremos atentos e disponíveis para intervir junto das entidades competentes sempre que for necessário.
Quanto ao Millenium BCP, trata-se de uma decisão de âmbito nacional do setor bancário, mas a Junta pode e deve ser parte ativa na procura de soluções alternativas que evitem que a população fique desprotegida. Compete-nos defender os interesses da população e assegurar que Vila Meã continua a crescer, reforçando o seu papel como um polo central do concelho, atraindo novos serviços que respondam ao desenvolvimento da freguesia.
Que propostas apresenta para apoiar os jovens, os idosos e as famílias mais vulneráveis da freguesia?
Queremos reforçar a rede de apoio social com um Fundo de Emergência Social e um Banco de Bens para quem mais precisa.
Para os idosos, o compromisso é reforçar o apoio de proximidade e combater a solidão através de programas de convívio e voluntariado, apoiando sempre as Instituições Seniores da nossa freguesia.
Para os jovens, não basta repetir promessas que já ouvimos no passado e que nunca saíram do papel. A Casa da Juventude, anunciada há oito anos pela Câmara, continua por concretizar. O nosso compromisso é pugnar de forma firme para que esta estrutura seja finalmente criada em Vila Meã, garantindo aos jovens um espaço de encontro, criatividade e participação ativa na vida da freguesia.
Além disso, queremos dinamizar um Festival da Juventude que dê visibilidade ao talento e à energia da nova geração.
Que papel atribui às associações e coletividades locais e como pensa apoiá-las de forma consistente?
As associações e coletividades são a alma de Vila Meã.
Vamos continuar a garantir apoios financeiros estáveis e transparentes, promover parcerias em projetos culturais, sociais e desportivos e dar melhor aproveitamento às antigas sedes de Junta, colocando-as ao serviço das coletividades e da comunidade.
Quais são as suas ideias para melhorar a mobilidade, os transportes e a manutenção dos espaços públicos?
A mobilidade tem de ser tratada com seriedade e planeamento. A nossa prioridade será reforçar a manutenção regular de estradas, passeios e iluminação pública, enquanto pressionamos as entidades competentes para melhorar os transportes coletivos que servem a freguesia. Queremos também organizar melhor as zonas de estacionamento e requalificar espaços estratégicos, tornando-os mais seguros e acessíveis.
No entanto, é preciso dizer com clareza que algumas intervenções recentes da Câmara não serviram os interesses de Vila Meã. Um exemplo evidente é a Rua do Arrabalde, que liga Oliveira a Ataíde. Em vez de resolverem os problemas, limitaram-se a passar um tapete de asfalto sem alargar a via, tornando-a agora ainda mais estreita e perigosa, com dificuldade para dois carros se cruzarem. Isto não pode acontecer: exigimos obras estruturadas e devidamente planeadas, que tragam valor acrescentado à freguesia, e não investimentos feitos apenas para dizer que foram executados, mas sem utilidade prática.
Outro caso é a passagem inferior junto à estação. Foi construída com um cotovelo de quase 90 graus, dificultando a mobilidade, sem terem sido pensadas alternativas adequadas para pessoas com mobilidade reduzida. Estas soluções não resolvem muito; pelo contrário, criam novos problemas.
O nosso compromisso é pugnar pela retificação destas situações e trabalhar para que, no futuro, Vila Meã tenha intervenções estruturantes, planeadas e verdadeiramente úteis à população.
Tem algum plano para criar ou requalificar parques de lazer e zonas verdes que promovam o convívio e o bem estar da população?
Sim. A requalificação dos parques já existentes e a criação de novos espaços verdes em Oliveira e Ataíde fazem parte das nossas prioridades, mas queremos destacar duas linhas de trabalho muito concretas.
Em primeiro lugar, o Parque da Vila, que continuará a ser uma das nossas grandes bandeiras. Trata-se de um espaço fundamental para Vila Meã, onde a população pode conviver, praticar exercício físico, passear em segurança e preservar um dos maiores pulmões verdes da freguesia. Este é um projeto que já tem sido defendido pelo executivo da Junta nos últimos anos. Foi, aliás, uma obra compromisso da última campanha eleitoral do Partido Socialista e que continuará a ser exigida com firmeza, porque acreditamos que Vila Meã merece um parque à altura da sua dimensão e do seu dinamismo.
Em segundo lugar, o Corredor Ecológico do Rio Odres, um projeto estruturante que atravessa quatro freguesias, que já tem vindo a ser articulado e sobre o qual já existe um protocolo. É um compromisso nosso dar-lhe concretização, criando um percurso natural e não invasivo que permita recuperar as margens do rio e transformá-las num espaço de lazer, desporto e contacto com a natureza.
Este corredor ecológico será não só uma referência ambiental, mas também um fator de união entre comunidades vizinhas, colocando Vila Meã no centro de um projeto de futuro.
De que forma pensa promover a valorização do património natural, cultural e histórico de Vila Meã?
A nossa freguesia tem uma riqueza cultural e histórica que merece ser cuidada e divulgada.
Queremos valorizar o património através de inventário e preservação, e transformar a Casa de Agustina Bessa-Luís num espaço cultural de referência.
Vamos ainda apostar em arte urbana e programas educativos que envolvam os mais jovens na defesa da nossa identidade.
Que iniciativas propõe para captar visitantes e potenciar o turismo em Vila Meã?
Queremos promover roteiros turísticos que juntem gastronomia, natureza e cultura, dinamizar eventos culturais e desportivos e divulgar Vila Meã em plataformas digitais.
Ao mesmo tempo, iniciativas como murais artísticos e percursos pedestres vão valorizar e dar maior visibilidade ao território.
Como pretende assegurar que Vila Meã tem um lugar de destaque e uma voz ativa no contexto do concelho?
Vila Meã é hoje um polo de grande importância em Amarante, e o nosso objetivo é reforçar essa centralidade.
Isso passa por uma participação ativa nas decisões do Município, pela reivindicação justa de investimentos e pela promoção da identidade e da força da nossa comunidade.
Vila Meã tem de ser respeitada pela sua história, pelo seu dinamismo e pelo seu futuro, e essa será sempre a nossa prioridade.
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